quinta-feira, 2 de julho de 2015

UNESCO nega risco de Centro Histórico de Salvador perder título de Patrimônio da Humanidade

Foto: Secom – Gov - Ba

“O grau de preservação do Centro Histórico de Salvador afasta a probabilidade de sua exclusão da lista de bens considerados como Patrimônio Mundial”, afirma a coordenadora da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) no Brasil, Patrícia Reis. O conjunto arquitetônico, paisagístico e urbanístico do centro foi tombado pelo Iphan em 19 de julho de 1984 e reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade, em 2 de dezembro de 1985. “Não há risco iminente do Centro Histórico de Salvador perder o título de Patrimônio Mundial”, assegura Patrícia Reis.


Para a coordenadora, o reconhecimento da excepcionalidade do Centro Histórico de Salvador para a UNESCO sempre esteve associado a alertas para a sua recuperação. E observa: “Passados 30 anos e tendo presenciado inúmeras iniciativas, com mais ou menos sucesso, entendemos que problemas estruturais permanecem e que vale uma reflexão mais profunda sobre como combatê-los”.

Para a revitalização deste patrimônio cultural da cidade, Patrícia defende que é preciso retomar ou despertar novos sentidos do centro para seus próprios habitantes, de forma a conferir uma dinâmica mais autônoma e menos dependente do estado, em especial de suas instituições de patrimônio e seus reincidentes investimentos. “O uso habitacional - preferencialmente com diferentes estratos sociais - e os serviços associados a ele nos parecem componentes estratégicos de qualquer diretriz de revitalização para a região. Com tal perspectiva, a conjunção de direcionamento público e investimentos privados pode propiciar a instalação de usos diversificados e duradouros”, explica.

- Sabemos que Salvador tem histórico grande de perda de centralidade, de dificuldade de ordenamento, mas também acompanhamos os esforços para tentar reverter esse quadro - salienta Patrícia. Ela cita como exemplo o PAC Cidades Históricas, do Governo Federal, que o Iphan já começou a executar e envolve investimentos de R$ 143 milhões. O PAC Cidades Históricas representa investimento concreto e crescente na preservação do patrimônio urbano nas últimas décadas. No caso de Salvador incide predominantemente na recuperação do patrimônio edificado, em bens públicos e religiosos, e tangencia em algumas obras de infraestrutura e transporte, como a recuperação de planos inclinados que ligam a Cidade Alta e a Baixa.

Patrícia ressalta que a representação da UNESCO no Brasil acompanhou a concepção do Programa PAC Cidades Históricas, que sucedeu ao Monumenta. “Nós entendemos que o princípio do planejamento integrado, com enfoque territorial, precisa ser constantemente perseguido. A articulação de atores, a diversificação de fontes de recursos e a coordenação da política de preservação com as políticas urbana, de mobilidade e habitacional são fundamentais para dar sustentação aos investimentos, que, isoladamente, podem ter seus efeitos minimizados”, acrescentou.

Fonte: Ascom – Iphan - Ba