Tombado como
patrimônio nacional em 1941, o templo é considerado uma das
riquezas arquitetônicas e históricas da Bahia
Em
junho de 2017, a Igreja do Santíssimo Sacramento e Sant'Ana, no
bairro de Nazaré, em Salvador, abrirá as portas. O projeto foi aprovado pela Superintendência
do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) na Bahia e
será financiado pelo Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que já assinou o contrato
no valor de R$ 5,47 milhões, para a realização da
segunda e última fase de restauro dos bens móveis
artísticos, como imagens, telas, pinturas, estátuas e pratarias.
Na
primeira etapa, foram aplicados recursos de R$ 3,2 milhões em obras de reforma
e adaptação de 31 ambientes desse importante templo religioso, considerado uma
das riquezas arquitetônicas e históricas da Bahia. Com as obras, os forros
foram restaurados, assim como os assoalhos de madeira, as lápides na capela do
Senhor Morto, as escadarias e o salão nobre. Também houve a renovação das
partes elétrica e hidráulica e ambientes foram construídos para a melhoria da
estrutura, como um mezanino com sala para os setores da administração,
secretaria paroquial e da sala de pároco, além de um elevador com acesso ao
segundo pavimento e galerias superiores. A instalação de novos banheiros foi
uma adaptação necessária ao ambiente, interferindo o mínimo possível no espaço
preservado. Desde a interdição iniciada em 2009, o IPHAN acompanha as ações,
analisando os orçamentos e projetos, autorizando as obras e os serviços.
Arquitetura em estilo neoclássico
e fachada rococó
Em
1744, a Confraria do Santíssimo Sacramento da Paróquia de N. Sr.ª do Desterro
decide construir uma igreja de sua devoção, só sendo a solicitação concedida
em 1746. A igreja é a única, na Bahia, que possui corredores laterais e
cúpula com laternim sobre tambor, partido que tenta conciliar as
características das matrizes setecentistas - com nave única e corredores
superpostos por tribunas -, e a planta jesuítica romana, capelas laterais. No
fundo, disposto em torno de um pequeno pátio, está um ossuário.
Seu
frontispício é de autoria do Eng.º Felipe de Oliveira Mendes, sendo iniciado
em 1754. Sua composição e tratamento indicam a influência da arquitetura
lisboeta do período, de tendência neoclássica. As torres que ladeiam o corpo
central possuem terminação à mansard. O interior é neoclássico onde
destacam-se painéis e pinturas do forro da nave, de autoria de Franco
Velasco, do início do séc. XIX.
Tombada
como patrimônio nacional em 1941, a Matriz de Santana fica no alto da Ladeira
de Sant'Anna, tendo como principal acesso ao local a Baixa dos Sapateiros. O templo faz parte da vida de
personagens que ajudaram a construir a história da Bahia. A religiosa Irmã
Dulce morava nos arredores da igreja e era assídua frequentadora do templo
católico. Outra importante personagem ligada à Igreja de Sant’Ana é a militar
baiana Maria Quitéria, importante figura nas lutas contra o domínio de
Portugal, que culminaram na proclamação da Independência brasileira. A heroína
está sepultada no cemitério do templo.
Foto:
Reprodução
Fonte:
Ascom – IPHAN – Ba
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