terça-feira, 14 de outubro de 2014

Igreja do Santíssimo Sacramento e Sant'Ana passará por segunda e última fase de restauro


Tombado como patrimônio nacional em 1941, o templo é considerado uma das riquezas arquitetônicas e históricas da Bahia

Em junho de 2017, a Igreja do Santíssimo Sacramento e Sant'Ana, no bairro de Nazaré, em Salvador, abrirá as portas. O projeto foi aprovado pela Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) na Bahia e será financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que já assinou o contrato no valor de R$ 5,47 milhões, para a realização da segunda e última fase de restauro dos bens móveis artísticos, como imagens, telas, pinturas, estátuas e pratarias.


Na primeira etapa, foram aplicados recursos de R$ 3,2 milhões em obras de reforma e adaptação de 31 ambientes desse importante templo religioso, considerado uma das riquezas arquitetônicas e históricas da Bahia. Com as obras, os forros foram restaurados, assim como os assoalhos de madeira, as lápides na capela do Senhor Morto, as escadarias e o salão nobre. Também houve a renovação das partes elétrica e hidráulica e ambientes foram construídos para a melhoria da estrutura, como um mezanino com sala para os setores da administração, secretaria paroquial e da sala de pároco, além de um elevador com acesso ao segundo pavimento e galerias superiores. A instalação de novos banheiros foi uma adaptação necessária ao ambiente, interferindo o mínimo possível no espaço preservado. Desde a interdição iniciada em 2009, o IPHAN acompanha as ações, analisando os orçamentos e projetos, autorizando as obras e os serviços.

Arquitetura em estilo neoclássico e fachada rococó

Em 1744, a Confraria do Santíssimo Sacramento da Paróquia de N. Sr.ª do Desterro decide construir uma igreja de sua devoção, só sendo a solicitação concedida em 1746. A igreja é a única, na Bahia, que possui corredores laterais e cúpula com laternim sobre tambor, partido que tenta conciliar as características das matrizes setecentistas - com nave única e corredores superpostos por tribunas -, e a planta jesuítica romana, capelas laterais. No fundo, disposto em torno de um pequeno pátio, está um ossuário.

Seu frontispício é de autoria do Eng.º Felipe de Oliveira Mendes, sendo iniciado em 1754. Sua composição e tratamento indicam a influência da arquitetura lisboeta do período, de tendência neoclássica. As torres que ladeiam o corpo central possuem terminação à mansard. O interior é neoclássico onde destacam-se painéis e pinturas do forro da nave, de autoria de Franco Velasco, do início do séc. XIX.

Tombada como patrimônio nacional em 1941, a Matriz de Santana fica no alto da Ladeira de Sant'Anna, tendo como principal acesso ao local a Baixa dos Sapateiros. O templo faz parte da vida de personagens que ajudaram a construir a história da Bahia. A religiosa Irmã Dulce morava nos arredores da igreja e era assídua frequentadora do templo católico. Outra importante personagem ligada à Igreja de Sant’Ana é a militar baiana Maria Quitéria, importante figura nas lutas contra o domínio de Portugal, que culminaram na proclamação da Independência brasileira. A heroína está sepultada no cemitério do templo.

Foto: Reprodução

Fonte: Ascom – IPHAN – Ba