Uma das celebrações
mais simbólicas do estado, que ocorre desde o século XVIII, reúne ritos e
representações religiosas, além de manifestações profanas e de conteúdo
cultural
A
Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, em Salvador, na Bahia, estará em festa na
próxima quarta-feira, dia 15 de janeiro. A Ministra da Cultura, Marta Suplicy,
e a Presidenta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(IPHAN), Jurema Machado, farão a entrega do título de Patrimônio Imaterial
Nacional à Festa do Bonfim, em cerimônia que será realizada após a Missa de
Ação de Graças, às 9h, no templo da Colina Sagrada, na península de Itapagipe.
O título será entregue ao governador da Bahia, Jaques Wagner, ao prefeito de
Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, ao Arcebispo Dom Murilo Krieger, ao
superintendente do IPHAN-BA, Carlos Amorim, e ao juiz da secular Irmandade do
Nosso Senhor do Bonfim e Nossa Senhora da Guia, Arthur Napoleão.
O registro da Festa de Nosso Senhor do Bonfim como Patrimônio Cultural Brasileiro foi aprovado em 05 de junho do ano passado, pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural. Realizada sem interrupção desde o ano de 1745, a festa, que atrai para a capital baiana o maior número de participantes, depois do carnaval, articula duas matrizes religiosas distintas – a católica e a afro-brasileira – assim como envolve diversas expressões da cultura e da vida social soteropolitana. Mais que uma grande manifestação religiosa da Bahia, a celebração é uma referência cultural importante na afirmação da cultura baiana, além de representar um momento significativo de visibilidade para os diversos grupos sociais.
O registro da Festa de Nosso Senhor do Bonfim como Patrimônio Cultural Brasileiro foi aprovado em 05 de junho do ano passado, pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural. Realizada sem interrupção desde o ano de 1745, a festa, que atrai para a capital baiana o maior número de participantes, depois do carnaval, articula duas matrizes religiosas distintas – a católica e a afro-brasileira – assim como envolve diversas expressões da cultura e da vida social soteropolitana. Mais que uma grande manifestação religiosa da Bahia, a celebração é uma referência cultural importante na afirmação da cultura baiana, além de representar um momento significativo de visibilidade para os diversos grupos sociais.
À
tarde, a partir das 15h, a Ministra Marta Suplicy e a Presidenta do IPHAN,
Jurema Machado, estarão no terreiro de Candomblé Ilê Axé Oxumaré, tombado – por
unanimidade – pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural em novembro de
2013. Elas participarão de festividade em comemoração ao tombamento, com descerramento
de placa comemorativa. A Casa de Oxumaré, sob os mais variados aspectos,
constitui-se um dos mais relevantes templos da cultura afro-brasileira. É
considerado um dos mais antigos e
tradicionais da Bahia, com grande reconhecimento social.
A Festa do Bonfim e a referência na afirmação
da cultura baiana
Embora
se recrie a cada ano, os elementos básicos e estruturantes da Festa do Bonfim
permaneceram os mesmos, ou seja, a Novena, o Cortejo, a Lavagem, os Ternos de
Reis e a Missa Solene. A celebração, que integra o calendário litúrgico e o
ciclo de Festas de Largo da cidade de Salvador, acontece durante onze dias do
mês de janeiro, iniciando-se um dia após o Dia dos Santos Reis, e encerrando-se
no segundo domingo depois da Epifania, no Dia do Senhor do Bonfim.
Um
dos pontos altos da Festa, e que a individualiza no conjunto das Festas de
Santo e Festas de Largo da cidade de Salvador, é a Lavagem do Bonfim, que se
segue ao Cortejo, realizada por baianas e filhas de santo e acompanhada por um
enorme contingente de moradores, turistas e de devotos do Senhor do Bonfim
(Oxalá no candomblé).
Os
rituais e celebrações da Festa ocorrem em diversos espaços da cidade de
Salvador, tendo seu início o cortejo que sai da Igreja da Conceição da Praia,
no bairro do Comércio, e seu ponto focal na Basílica Santuário Senhor Bom Jesus
do Bonfim, situada na Colina Sagrada, na península de Itapagipe, cenário onde é
realizada a lavagem das suas escadarias. Esta igreja, construída para abrigar a
imagem do Senhor do Bonfim que foi trazida de Portugal no século XVIII, é um
monumento tombado pelo IPHAN desde 1938, registrado no Livro de Belas Artes.
Como Festa de Largo, incorpora práticas religiosas do catolicismo e do
Candomblé, associando o culto dos orixás ao culto católico tradicional.
Foto: Divulgação - Iphan - Ba
Fonte: Ascom - BA/DF