Inaugurado em 1967, ocupa lugar de destaque na vida do país, com sua missão
cultural. É baiano e nacional. Soube ser, simultaneamente, local e universal.
O
mais frequentado equipamento cultural do Estado da Bahia e um dos teatros mais
importantes do Brasil, o Teatro Castro Alves (TCA) teve seu tombamento
definitivo aprovado pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Situado na principal praça da capital -
o Campo Grande - este belo monumento evoca as lutas gloriosas da Independência da
Bahia e
foi fruto das ideias desenvolvimentistas do Governador Antônio Balbino. O nome do
teatro “Castro Alves” foi em homenagem ao "Poeta dos Escravos".
O
superintendente do IPHAN, na Bahia, Carlos Amorim, emitiu manifestação
favorável ao tombamento do TCA, apoiado pelo arquiteto Nivaldo Vieira Andrade
Júnior, presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil - Ba. “Seja pelo seu
valor histórico; como marco da arquitetura moderna brasileira e como palco
privilegiado de acontecimentos culturais que marcaram a história recente do
Brasil, seja pelos seus valores estéticos, em especial a singularidade da sua
arquitetura que se tornou referência nacional e internacional. O Teatro Castro
Alves deve ser integrado ao patrimônio nacional através de seu tombamento”,
disse Amorim. “É indiscutível a pertinência do tombamento do Teatro Castro
Alves pelo IPHAN, por ser um exemplar representativo da arquitetura moderna no
Brasil e pelo seu valor para as artes”, acrescentou.
Um teatro-origami
Inteiramente
dedicado à música, dança e artes cênicas, o projeto arquitetônico do TCA, com sua armação do origami
gigante, como
que feito de dobras geométricas de uma peça de papel, foi executado
pelo arquiteto José Bina Fonyat Filho, com a colaboração do engenheiro Humberto
Lemos Lopes, durante o governo do médico Luis Régis Pacheco. O edifício guarda em sua forma arquitetônica uma série de elementos que
lhe garantiram o destaque que ele detém dentro da arquitetura brasileira do
século XX. Compõem o complexo cultural do TCA a Sala Principal, com capacidade de
abrigar 1.554 espectadores; Sala do Coro, comporta até 201 espectadores; e a
Concha Acústica, além de albergar até 5.500 pessoas, em cada um dos seis
camarotes comportam 25 pessoas, servidos por uma estrutura de apoio com bar e
sanitários.
Mesmo antes da inauguração programada (1958), e depois de obter uma menção
honrosa na Primeira Bienal de Artes
Plásticas (SP-1957), um terrível incêndio comprometeu a obra. Queimado, o
edifício denunciou sua simplicidade: numa extremidade, uma grande caixa fechada
para o palco e apoio (coxia); e na outra, uma lâmina baixa e para o foyer. O incêndio na madrugada do dia 12 de julho, o destruiu quase por
completo, tendo escapado apenas o seu vestíbulo ou foyer.
No foyer preservado, foi logo
instalado (1960-1963) o Museu de Arte
Moderna da Bahia, originalmente dirigido por Lina Bo Bardi. De modo que, mesmo antes das artes cênicas,
foram as artes plásticas que tomaram conta do complexo cultural. E o foyer se
impôs, com as reveladoras mostras de Carybé, Mário Cravo, Emanuel Araújo, entre
tantos outros artistas locais e internacionais. Pouco a pouco, o complexo foi
ocupado, constituindo-se num verdadeiro centro de produção e reflexão cultural.
Recuperado, foi finalmente inaugurado em 1967. Desde então, o Teatro Castro
Alves – assumindo lugar de destaque na
vida do país – cumpre com sua missão cultural.
Entre
tantos que lá passaram pelo maior e mais importante centro artístico de Salvador, se destacam as
pessoas de Raul Seixas e Marcelo Nova, Gilberto Gil, Chico Buarque, João Gilberto, Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia, Ney Matogrosso, Flávio Venturini, Paulo Autran, Montserrat Caballé, Mikhail Baryshnikov, os Balés Bolshói e Kirov, o maestro ZubinMetha e a Filarmônica de
Israel.
Foto:
TCA – Adenor Gondim
Fonte:
ASCOM – IPHAN - Ba