Fechada há 18 anos, seu estado de conservação é muito precário com
diversos de seus ambientes completamente degradados
Após 18 anos
fechada, a Igreja do Santíssimo Sacramento da Rua do Passo, localizada no Alto
do Carmo, Centro Histórico de Salvador, será restaurada. Para dar início às
obras, o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (IPHAN) na Bahia, Carlos Amorim, assinou nesta terça-feira (16/09), a
ordem de serviço, na presença do arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Murilo
Krieger, e do diretor nacional do IPHAN, Robson de Almeida. A
assinatura foi às 14h30, na sede do IPHAN, na Barroquinha.
Em 1998, a queda
das telhas e forro, devorados por cupins, sobre o retábulo e o altar, provocou
o fechamento da Igreja do Santíssimo Sacramento. Agora, com recursos do Programa de Aceleração
do Crescimento das Cidades Históricas de 8 milhões e trezentos mil reais, o IPHAN vai promover
a restauração dos bens imóveis, móveis e integrados, e da imaginária da Arte
Sacra, locadas nos altares no interior da igreja. Deverão também ser
readequadas as estruturas em madeira dos altares mor e colaterais e da análise
das trincas e rachaduras no altar-mor. “Com a execução destas ações, a Igreja
do Santíssimo Sacramento da Rua do Passo, tombada pelo IPHAN em 1938, será
totalmente restaurada, preservando a importante composição volumétrica de
extraordinário valor arquitetônico”, explicou Carlos Amorim. O prazo máximo de
execução dos serviços é de 18 meses.
368 anos de construída
O monumento foi
construído em 1736 para ser a matriz da freguesia criada 18 anos antes. A
Igreja em alvenaria de pedra e tijolos, possui subsolo (ossuário), térreo
(capela-mor e sacristia) e pavimento superior (tribunas e coro). A planta é
típica das igrejas baianas do século XVIII, com corredores laterais superpostos
por tribunas e sacristia transversal que, neste caso, dá acesso ao ossuário, em
nível inferior. Sua fachada tem composição similar aos edifícios religiosos do
período, com corpo central encimado por frontão e acesso do tipo arco do
triunfo, flanqueada por torres terminadas em frontões curvos e cobertura
piramidal.
Seu interior é
neoclássico, onde destaca-se a pintura do teto, de autoria imprecisa, em
perspectiva ilusionista barroca, de origem italiana. A monumentalidade do
edifício é realçada pela escadaria que lhe é fronteira na encosta e estabelece
uma ligação entre dois logradouros situados em cotas distintas.
Sua escadaria de 55 degraus serviu de cenário para o filme
"O pagador de promessas", em 1962, dirigido por Anselmo Duarte, com
base na peça de Dias Gomes, vencedor da premiação
Palma de Ouro, no Festival de Cannes, na França.
Foto: Reprodução