terça-feira, 25 de novembro de 2014

Catedral Basílica do Salvador será restaurada pelo IPHAN


Todo o seu acervo artístico e sua monumentalidade levam o templo a ser considerado como a mais importante construção sacra do Brasil colonial

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) vai realizar obras de restauração num dos monumentos barrocos mais importantes do Centro Histórico de Salvador,  a Catedral Basílica. Com recursos do PAC Cidades Históricas, a intervenção, que terá início ainda no primeiro trimestre de 2015, contempla a execução de obras de restauro dos bens integrados e das imagens de Arte Sacra, guardadas no interior da igreja, além de requalificar os espaços internos. Também serão efetuados serviços para assegurar a conservação do monumento, a exemplo reparos gerais na cobertura, instalações elétricas, impermeabilizações e tratamentos, pintura. O prazo máximo de execução dos serviços é de 18 (dezoito) meses, a partir da expedição da ordem serviços.


A Catedral Basílica, que pertence à Arquidiocese de São Salvador da Bahia, foi individualmente tombada pelo IPHAN como Patrimônio Cultural Nacional em 25 de maio de 1938 e o tombamento inclui todo o seu acervo, um dos mais valiosos do Brasil. No templo há 13 altares, sendo os dois primeiros construídos em estilo renascentista maneirista, de 1650. O altar mor é de 1670. O projeto arquitetônico é do irmão Francisco Dias, que chegou a Salvador em 1577. A fachada é toda em pedras de lioz, importadas de Portugal. Nos nichos sobre as portas estão as imagens de três santos jesuítas: Santo Inácio de Loyola, São Francisco Xavier e São Francisco de Borja. Abriga peças do mobiliário do século 16.

O superintendente do IPHAN na Bahia, Carlos Amorim, destacou a importância das obras, observando que a Catedral Basílica tem um valor inestimável para a cultura e a história brasileiras, tanto pela construção em si como pelo seu acervo, que contém algumas das mais importantes peças do período barroco. Após a realização de diversas inspeções técnicas realizadas pelas equipes do IPHAN, verificou-se que a maior parte do acervo de bens móveis e integrados está em estado de conservação regular ou ruim, principalmente dos altares da capela mor e das capelas da nave.

A capela mor tem parte desmontada com seu acervo de bens integrados espalhados na área superior (museu), necessitando de continuidade das intervenções e conclusão das etapas de restauro; as capelas colaterais, as capelas dos transeptos, os conjuntos de capelas laterais da nave (evangelho e epístola), no átrio seu forro e painéis decorativos de azulejaria portuguesa, ambos do século XVII, os conjuntos de pinturas nas técnicas óleo sobre tela, madeira, e a têmpera, as esculturas sacras da coleção de imagens, todas inseridas no espaços das respectivas capelas, também estão em péssimo estado de conservação. Adicionalmente, será necessária a revisão da cobertura.

Licitação em dezembro

A licitação, na modalidade de Regime Diferenciado de Contratação Presencial, será realizada pela Superintendência do IPHAN na Bahia no próximo dia 10 de dezembro, às 09h30 (horário local), para contratar empresa especializada em execução das obras de restauração desse templo de grande relevância para o patrimônio histórico e religioso da Bahia.

A Comissão Especial de Licitação irá receber, abrir e examinar as propostas e documentação na sede do Instituto – Rua Visconde de Itaparica nº 08, Barroquinha, Salvador (BA). As empresas interessadas podem retirar o edital e seus anexos gratuitamente nos endereços www.comprasnet.gov.br, no http://iphanba.blogspot.com.br/ ou também na Superintendência do IPHAN na Bahia, das 09:00 às 12:00 e das 14:00 às 17:00 horas.

Época de construção: Meados do século XVII


Fotografia de 1908

A atual Catedral é a quarta igreja e último remanescente do conjunto arquitetônico do Colégio de Jesus. Sua planta é típica das igrejas luso-brasileiras, sendo construída sob projeto do irmão Francisco Dias, chegado à Bahia em 1577 para construir o Colégio. Segundo o projeto, a igreja estaria no eixo do conjunto, ladeada por dois corpos que se organizariam a partir de um pátio.

A planta da Catedral apresenta um transepto inscrito no retângulo da edificação e capelas laterais interligadas com tribunas superpostas. A capela-mor é ladeada por duas capelas e corredores que dão acesso à sacristia transversal. Sua fachada, em lioz, procura conciliar o tradicional modelo português, com duas torres e a nova fachada jesuítica com volutas e sem torres.

Destacam-se no seu interior, a sacristia, os retábulos de diferentes períodos nas capelas e o forro em caixotão da nave. Quanto ao antigo colégio, um dos pátios foi destruído pelo fogo em 1801, instalando-se em 1808, o Real Hospital na ala que restara. Novo incêndio, em 1905, consumiu o edifício que foi reerguido em estilo eclético para abrigar a Faculdade de Medicina da Bahia, a primeira do país, aí instalada desde 1833.

Fotos: Reprodução

Texto: Ascom - IPHAN - Ba