sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Dilma dá posse a Juca Ferreira no Ministério da Cultura

 
 
Baiano, de 65 anos, Juca já comandou a pasta por dois anos e meio, de 2008 a 2010, no segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
 
O ministro da Cultura, Juca Ferreira, tomou posse na tarde de quarta-feira (1/1) no Palácio do Planalto. Dilma Rousseff empossou também outros 38 titulares que vão comandar os ministérios em seu segundo mandato presidencial.
 
A transmissão de cargo da ministra interina da Cultura, Ana Cristina Wanzeler, para Juca Ferreira deve ocorrer no próximo dia 12 de janeiro, em Brasília. Wanzeler ocupou o cargo por quase dois meses, após a saída de Marta Suplicy, que reassumiu sua cadeira no Senado Federal.
 
No Congresso Nacional, onde a presidenta Dilma fez seu discurso de posse, Juca Ferreira conversou com jornalistas. "Estou vindo da experiência de São Paulo, conheço as duas pontas: o governo federal e o poder local, então acho que posso ajudar", disse o ministro à Agência Brasil.
 
Ferreira ocupou, nos últimos dois anos, o cargo de secretário municipal de Cultura de São Paulo. Antes, ele havia sido ministro da Cultura, de julho de 2008 a dezembro de 2010, no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
 
Em sua primeira gestão à frente do Ministério da Cultura, Ferreira trabalhou na construção de importantes projetos de lei, como o do Vale-Cultura e do ProCultura, na modernização do direito autoral e principalmente na consolidação do Programa Cultura Viva, que busca fomentar atividades culturais já existentes por meio dos Pontos de Cultura e das manifestações culturais da diversidade brasileira.
 
Atuação
 
Nascido na Bahia, Juca Ferreira foi líder estudantil e presidiu a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) durante a ditadura militar. No período do regime, passou nove anos exilado no Chile, Suécia e França, onde se formou cientista social. De volta ao Brasil, atuou na área ambiental e desenvolveu projetos no setor cultural, como o Projeto Axé, voltado para crianças e jovens em situação de risco.
 
Em 1993, foi eleito vereador do município de Salvador, à época, pelo PV. Em 2000, elegeu-se novamente para o cargo. No período em que esteve na Câmara Municipal da capital baiana, foi vice-presidente da Fundação Movimento Onda Azul, cujo presidente era o músico Gilberto Gil, que se tornaria ministro da Cultura no primeiro governo Lula.
 
Em 2003, Juca Ferreira foi convidado por Gil para ser secretário executivo do ministério, cargo que ocupou até 2008, ano em que Gilberto Gil se desligou da pasta. No mesmo ano, assumiu o ministério. Durante a sua gestão, ele fez duras críticas ao atual modelo da Lei Rouanet, que estimula o apoio da iniciativa privada a projetos culturais em troca de incentivos fiscais.
 
Para Ferreira, a lei, que chegou a chamar de “perversa e pouco democrática”, privilegiava mais grupos e artistas consagrados do eixo Rio-São Paulo em detrimento de artistas menores do restante do país. Ainda sob o seu comando, o ministério lançou o programa Vale-Cultura, que dá R$ 50 por mês pagos pelas empresas a seus funcionários para gastarem com atividades culturais. O projeto, porém, só foi aprovado pelo Congresso no final de 2012, quando Marta Suplicy já estava à frente da pasta.
 
Com o fim do governo Lula, Ferreira entregou o ministério. Em 2011, morou na Espanha, onde trabalhou na Secretaria Geral Ibero-Americana, órgão da Cúpula Ibero-Americana de chefes de Estado e de governo. Em 2012, no início da gestão de Fernando Haddad (PT), Ferreira, que hoje está no PT, foi convidado para ser secretário de Cultura de São Paulo.
 
Fonte: Ascom - IPHAN