A
Superintendência do IPHAN na Bahia desenvolveu estudos para a delimitação da
poligonal de entorno dos imóveis protegidos pelo IPHAN na região da Barra. Os
estudos buscaram atender as
recomendações da equipe técnica do Departamento de Patrimônio Material e
Fiscalização, no que diz respeito a atualização da legislação, referentes aos
instrumentos e procedimentos de salvaguarda dos bens sob a tutela desta
Autarquia Federal.
Participaram da elaboração da poligonal e da respectiva
definição dos critérios de intervenção o arquiteto Felipe Musse de Oliveira,
Mestre em Arquitetura e Urbanismo (UFBA - especialidade: Gestão de Sítios
Históricos), a arquiteta Karina Monteiro de Lira (Doutoranda e mestra em
Arquitetura e Urbanismo pela UFBA, Especialista em Intervenções em áreas
históricas - FADIC e em Gestão do patrimônio cultural integrado na UFPE) –
atualmente é Coordenadora de Identificação e Proteção da Coordenação-Geral de
Cidades, do Departamento do Patrimônio Material e Fiscalização do IPHAN em
Brasília e arquiteta Flor-de-Lis Dantas e Cardoso (Arquiteta e Urbanista, pela
UNIT; especialista em Conservação e Restauração, pela UFBA e em Artes Visuais,
pela UFS).
A elaboração dos estudos contou ainda com a
Supervisão do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do IPHAN,
através da então Coordenadora Geral de Normatização e Fiscalização do DEPAM,
Carla Rabelo Costa, que visitou as áreas objeto das delimitações nesta
Superintendência.
A partir da década de 1990,
a descaracterização da paisagem em que estão localizados os monumentos tombados
em causa, foi acelerada em função da expansão urbana, impulsionada, sobretudo
nos últimos anos pelo capital imobiliário.
Vista da
região a partir do Porto da Barra. Fonte http://arquivomunicipaldesaofelix.blogspot.com.br.
Após a realização de um estudo abrangente sobre os
bens tombados existentes na Barra e suas relações com o traçado urbano e a
paisagem local, a equipe de arquitetos desta Superintendência propôs a seguinte
poligonal de entorno:
Delimitação
da poligonal de entorno dos bens tombados individualmente entre o Largo da
Vitória e o Morro do Cristo. Elaboração: Felipe Musse, 2013.
O morro da Mansão Mariani foi considerado na elaboração
dessa poligonal como a mais importante moldura para a paisagem do outeiro,
ainda preservando sua cobertura vegetal, visível de diversos pontos da área em
estudo. É este morro e sua massa vegetal a moldura que restou do outeiro a
partir da visada do mar. É importante destacar o skyline repleto de edifícios de grande porte ao fundo.
Vista da
Igreja de Santo Antônio a partir da Baía de Todos os Santos emoldurada pela
vegetação do Morro da Mansão Mariani. Área de novo empreendimento em destaque.
Fonte: Google Imagens.
Foi
proposta a construção de um empreendimento localizado nas proximidades de bem
tombado pelo IPHAN – a Igreja de Santo Antônio da Barra, conforme processo nº.
122-T. A Igreja está localizada no Outeiro de Santo Antônio, tombado pelo IPHAN
em conformidade com o processo nº. 464-T-52.
O
empreendimento proposto é composto por uma torre com 24 unidades habitacionais
implantadas em um terreno de 1.625,16 m2, com altura final em torno
de 107 m, incluindo reservatório superior, 04 pavimentos de garagem, sendo uma
delas subsolo.
O empreendimento a ser implantado, em que pese estar
próximo do outeiro se encontra fora da poligonal de proteção proposta
pela Superintendência para a delimitação do entorno.
Destaque do
trecho da poligonal onde se propõe implantar o empreendimento – fora da
poligonal de entorno proposta.
Assim, trata-se de intervenção em área fora da
poligonal de entorno dos bens tombados da Barra, além de estar em área com
ocupação bastante heterogênea e com a presença de grandes edifícios no mesmo
lado da Ladeira da Barra e na Avenida Princesa Isabel. Além disso, a
proximidade do empreendimento em relação aos bens tombados não é determinante
para a sua reprovação, dada a posição do lote, conforme atrás demonstrado.
Foto obtida a partir do mar, com a região onde será implantado o empreendimento à sua direita. Percebe-se a heterogeneidade da ocupação e o skyline ocupado por edifícios de grande porte. Foto obtida no Google Imagens.
Simulação da implantação do empreendimento, em
destaque. Fonte: www. www.lavue.com.br
Fonte: Iphan - Ba