terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

IPHAN encerrará em junho a restauração total da Igreja de São Pedro dos Clérigos

http://youtu.be/4ZROxDC-65E 
 
Com o objetivo de garantir a preservação da integridade física e estética que compõe o monumento tombado em 1941, foi aplicado o montante de R$ 2 milhões
 
 
A Igreja São Pedro dos Clérigos, localizada no Terreiro de Jesus, em pleno Centro Histórico de Salvador, área considerada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, será entregue aos baianos pelo IPHAN totalmente restaurada, no próximo mês de junho. Para a realização das obras de conservação e restauração empreendidas no templo, o Instituto aplicou o montante de R$ 2 milhões.



A Igreja pertence à Irmandade também chamada de São Pedro dos Clérigos, que tem como integrantes sacerdotes e diáconos da Arquidiocese de Salvador. O monumento é individualmente tombado pelo IPHAN desde 1941 e, devido a sua importância, possui dupla inscrição nos livros de tombo: no Livro de História e no livro de Belas Artes.
 

O templo encontrava-se bastante degradado nos aspectos físicos, sem manutenção e precário estado de conservação. Na primeira etapa, foram realizadas obras para sanar os pontos mais críticos e que apresentavam riscos para a edificação, como na cobertura substituição do madeiramento deteriorado pela ação de cupins e umidade, novo telhamento com grampeamento individual das telhas com fios de aço inox, assentamento de manta de subcobertura para evitar infiltrações nos forros artísticos e pisos centenários de madeira; remoção de toda a rede elétrica antiga e instalação de nova com projeto de luminotecnia, tanto interna como externamente, para valorização dos seus elementos artísticos; instalação de equipamentos de segurança contra incêndio; reforço metálico de estruturas de piso e cobertura na área do anexo da Irmandade; restauração de esquadrias de madeira (portas e janelas), bem como gradis metálicos.
 
 
Além disso, foi efetuada a restauração do forro artístico do átrio (trecho sob o coro), cuja estrutura de sustentação se encontrava em risco de desabamento e cuja pintura artística original estava encoberta sob diversas camadas de repinturas. Outros elementos artísticos também foram objetos de intervenção, merecendo destaque as sanefas e mísulas em madeira dourada, localizadas próximas a esse forro e cujo entalhe e douramento foram restaurados, resgatando toda a sua leitura artística e estilística.  Todo o monumento foi objeto de pintura nas suas alvenarias internas e externas, merecendo destaque as pinturas parietais descobertas através das prospecções efetuadas nas alvenarias internas da nave e capela-mor.
 
 
No início deste ano, para a conclusão dos trabalhos, o IPHAN assinou a ordem de serviço para as obras de conservação e restauração dos bens móveis e integrados, que envolvem recursos de R$ 507 mil. Os trabalhos foram contratados junto à Mehlen Construções Ltda, vencedora do certame, que disponibilizou uma equipe de 11 profissionais, com especialização em restauração.
 

No período destes 40 dias, já foram restaurados o machetado, a capela-mor, as tribunas, os forros, as imagens de Nossa Senhora das Portas do Céu, Santo Amaro, Nossa Senhora da Conceição, Santa Luzia e os Evangelistas. Estão em restauros as imagens de São Paulo, São Pedro, Santo Eloy, Cristo Crucificado, a pintura paretal da Sala de Consistório, os alteres colaterais, os púlpitos, o piso e o ossário composto por lápides. Algumas peças singulares foram encontradas pelos profissionais em total abandono, como uma tela de um bispo ainda não identificado, uma caixa de órgão que foi adaptado para um tipo de armário.

 
Estilo do templo

A Igreja São Pedro dos Clérigos apresenta planta típica das igrejas baianas do começo do século XVIII. A licença de construção foi concedida em 1709 pelo arcebispo dom Sebastião Monteiro da Vida para os integrantes da Irmandade de São Pedro dos Clérigos. Construída em alvenaria de pedra e tijolos, apresenta planta típica das igrejas baianas do começo do século XVIII, com corredores laterais superpostos por tribunas. A fachada principal é em estilo rococó, muito embora tenha sido edificada no século XIX, após o auge desse estilo artístico. O interior apresenta uma decoração de transição entre o rococó e o neo-clássico, fato comprovado pelo arco cruzeiro e teto que são rococós enquanto os altares já são neoclássicos.
 
 

 

 

 

 

 
 
 

 

 
 
 
 
 
Fotos e vídeo feitos pela Ascom, na última sexta-feira (14), durante a fiscalização realizada pelo restaurador da Superintendência do IPHAN-BA, Joel Veloso.
 

Texto: Ascom – IPHAN-BA