O
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan lança o livro
“Da cidade-monumento à cidade-documento”, da arquiteta e urbanista Márcia
Sant’Anna. O evento será na próxima terça-feira
(07), das 17h às 21h, na Casa dos Sete Candeeiros, em Salvador (Ba). O livro, marco
na seleção bibliográfica que o Iphan na Bahia oferece para o aprofundamento dos
saberes sobre o Patrimônio Histórico Nacional, é uma publicação da Oiti Editora,
com o apoio cultural da Axxo Construtora.
Na
opinião do superintendente do Iphan na Bahia, Carlos Amorim, a obra, entre
diversos méritos, guarda o da originalidade da reflexão sobre o patrimônio, a
história e as cidades. “Amparada em forte base teórica e documental, Márcia
Sant’Anna deslinda as mazelas das ações de conservação, seus efeitos colaterais
sobre o tecido urbano, terminando por admitir, também, a coleção fundamental de
acervos de conhecimentos gerados pela ideia de uma cidade documento”, ressalta.
Ele considera uma leitura imprescindível.
Márcia
Sant’Anna acredita que este trabalho se destina também a levantar algumas
questões metodológicas sobre a preservação do objeto urbano e mostrar que a
reflexão sobre esta prática, em seu desenvolvimento histórico, é fundamental
para uma maior consciência de seus múltiplos sentidos e apropriações.
A
primeira parte do livro é dedicada à análise do surgimento da área urbana como
um objeto patrimonial no século XIX, do desenvolvimento do conceito do
patrimônio urbano e das políticas formuladas para sua preservação. Este estudo
possibilitou colocar em relevo a contribuição internacional à política
brasileira, bem como suas peculiaridades e originalidade neste campo.
Na
segunda parte, o estudo se inicia como uma investigação sobre a base legal do
exercício da preservação de áreas urbanas no plano federal brasileiro, pondo em
evidência as estratégias políticas para a manutenção ou alteração da legislação
levadas a efeito dentro e fora da agência governamental. Os demais capítulos
tratam mais especificamente dos principais momentos que caracterizam e
configuram a norma de preservação de áreas urbanas–patrimônio no Brasil entre
1937 e 1990.
A autora
Márcia
Sant’Anna é arquiteta e urbanista pela Universidade de Brasília, Especialista em Conservação e Restauração de
Monumentos e Conjuntos (1982), Mestre em Arquitetura e Urbanismo (1995) e
Doutora em Arquitetura e Urbanismo (2004) pela Universidade Federal da Bahia.
Trabalhou por 25 anos junto a organismos governamentais de preservação do
patrimônio cultural, tendo exercido, entre outros, os seguintes cargos: Diretora do Departamento do Patrimônio Imaterial do Iphan,
entre 2004 e 2011; Diretora do Departamento de Proteção do Iphan, entre 1998 e
1999; Superintendente do Iphan no Ceará e Rio Grande do Norte, entre 1996 e
1997; e Diretora do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia
(IPAC-BA), entre 1988 e 1989.
A instrução de vários processos de tombamento foi coordenada
por Márcia
Sant’Anna, dentre os quais os dos centros
históricos das cidades de Icó e Sobral, no Estado do Ceará, e de sítios urbanos
relacionados à religião afro-brasileira, em Salvador, Bahia. Entre 1998 e 2000,
coordenou o grupo de trabalho criado pelo Ministério da Cultura para realizar
os estudos para a implantação do Registro dos Bens Culturais de Natureza
Imaterial, instrumento de preservação institucionalizado pelo Decreto n° 3.551,
de 04 de agosto de 2000. Entre 2008 e 2010 coordenou também o grupo de trabalho
interinstitucional para reconhecimento e identificação da diversidade
linguística do Brasil.
Pesquisadora da política de preservação e proteção de áreas
urbanas no Brasil, atualmente Márcia é professora adjunto da Faculdade de
Arquitetura da Universidade Federal da Bahia, atuando nos níveis de graduação e
pós-graduação (lato e strictu sensu), além de professora colaboradora do
Mestrado Profissional em Preservação do Patrimônio Cultural do Iphan. Tem
publicado regularmente artigos sobre preservação do patrimônio urbano, origens
da legislação urbanística no Brasil, modernismo e patrimônio e preservação de
bens culturais imateriais.
Fonte: Ascom – Iphan - Ba