Foto: Secom – Gov - Ba
“O grau de preservação do
Centro Histórico de Salvador afasta a probabilidade de sua exclusão da lista de
bens considerados como Patrimônio Mundial”, afirma a coordenadora da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura) no Brasil,
Patrícia Reis. O conjunto
arquitetônico, paisagístico e urbanístico do centro foi tombado
pelo Iphan em 19 de julho de 1984 e reconhecido pela Unesco como Patrimônio
Cultural da Humanidade, em 2 de dezembro de 1985.
“Não há risco iminente do Centro Histórico de
Salvador perder o título de Patrimônio Mundial”, assegura Patrícia Reis.
Para a coordenadora, o
reconhecimento da excepcionalidade do Centro Histórico de Salvador para a UNESCO sempre esteve associado a alertas para a sua recuperação. E observa: “Passados
30 anos e tendo presenciado inúmeras iniciativas, com mais ou menos sucesso,
entendemos que problemas estruturais permanecem e que vale uma reflexão mais
profunda sobre como combatê-los”.
Para a revitalização deste patrimônio
cultural da cidade, Patrícia defende que é preciso retomar ou despertar novos
sentidos do centro para seus próprios habitantes, de forma a conferir uma
dinâmica mais autônoma e menos dependente do estado, em especial de
suas instituições de patrimônio e seus reincidentes
investimentos. “O uso habitacional - preferencialmente com diferentes
estratos sociais - e os serviços associados a ele nos parecem componentes estratégicos
de qualquer diretriz de revitalização para a região. Com tal perspectiva,
a conjunção de direcionamento público e investimentos privados pode
propiciar a instalação de usos diversificados e duradouros”, explica.
- Sabemos que Salvador tem histórico
grande de perda de centralidade, de dificuldade de ordenamento, mas também
acompanhamos os esforços para tentar reverter esse quadro - salienta Patrícia.
Ela cita como exemplo o PAC
Cidades Históricas, do Governo Federal, que o Iphan já começou a executar e envolve
investimentos de R$ 143 milhões. O PAC Cidades
Históricas representa investimento concreto e crescente na preservação do
patrimônio urbano nas últimas décadas. No caso de Salvador incide
predominantemente na recuperação do patrimônio edificado, em bens públicos e
religiosos, e tangencia em algumas obras de infraestrutura e transporte, como a
recuperação de planos inclinados que ligam a Cidade Alta e a Baixa.
Patrícia ressalta que a representação
da UNESCO no Brasil acompanhou a concepção do Programa PAC Cidades Históricas,
que sucedeu ao Monumenta. “Nós entendemos que o princípio do planejamento
integrado, com enfoque territorial, precisa ser constantemente perseguido. A
articulação de atores, a diversificação de fontes de recursos e a coordenação
da política de preservação com as políticas urbana, de mobilidade e
habitacional são fundamentais para dar sustentação aos investimentos, que,
isoladamente, podem ter seus efeitos minimizados”, acrescentou.
Fonte: Ascom – Iphan - Ba