As obras estão previstas no PAC Cidades Históricas
e vão garantir a preservação da integridade física do monumento
A Superintendência do
IPHAN na Bahia realizará, no dia 08 de outubro próximo, licitação para
contratar empresa especializada em elaboração de projetos básico e executivo, e
a execução da obra para a reconstituição das fundações, estabilização da
estrutura, recuperação e conservação dos ambientes no Forte de São Marcelo,
situado na Baía de
Todos os Santos, em
Salvador. A contratação será regida pelo Regime Diferenciado de Contratações
Públicas – RDC e o IPHAN adotará a forma
de execução presencial.
O edital foi
publicado nesta quinta-feira (28) no DOU, seção 3, página 15, e a Comissão Especial de Licitação
receberá as propostas às 9h30, na sede da Instituto, localizado na Rua Visconde
de Itaparica, 08, Barroquinha, Salvador (BA). Os licitantes deverão efetuar visita técnica obrigatória à
edificação, com o objetivo de tomar conhecimento da área e da complexidade dos
serviços. O agendamento deverá ser efetuado previamente junto à coordenação da equipe técnica do PAC Cidades Históricas do
IPHAN-BA, por meio do correio eletrônico: coordenacao.pac2ba@gmail.com ou pelo telefone (71) 3266-0686.
O Forte São Marcelo, exemplar raro da arquitetura
militar no país, está
fechado para visitação em função das precárias condições da edificação. Em
2011, a Justiça Federal determinou a desocupação e a reintegração de posse ao
IPHAN, que passou a zelar e garantir a segurança do patrimônio tombado. Espera-se com a
realização das intervenções garantir a integridade física da edificação
tombada, bem como a segurança do imóvel protegido, possibilitando sua posterior
reabertura.
Com os recursos do PAC Cidades
Históricas, o monumento receberá obras na estrutura, no sistema hidrossanitário
com instalação de filtro anaeróbico, além da reconstituição da fundação da
fortaleza, que correspondente à muralha periférica subdivididas em zona
submersa, zona de influência da maré e zona acima da linha da maré, além da
recuperação estrutural das abóbadas (de aresta e de berço), que compõem a
cobertura das celas que correspondem ao caminho de ronda do pavimento. Também
serão recuperados os ambientes internos, a pavimentação da praça das armas, o
píer de acesso, as passarelas de servidão, o caminho de ronda, restauração das
esquadrias, revisão das instalações elétricas e hidro sanitárias. O prazo máximo de execução dos
serviços é de 12 (doze) meses, a partir da expedição da ordem de serviços e todo o trabalho será acompanhado
pela Coordenação Técnica do IPHAN-BA.
Forte do Mar
A
justificativa da construção do Forte São Marcelo, na Baía de Todos os Santos,
também conhecido, popularmente, como Forte do Mar, foi a possibilidade de uma
nova invasão holandesa, em 1650. A obra do Forte
esteve muito longe de ser executada com rapidez. Os trabalhos de enrocamento
para dar estabilidade às suas fundações foram morosos. Os engenheiros do século
XVIII ainda procuravam melhorar sua condição defensiva e eliminar imperfeições.
A leitura de algumas Cartas Régias, posteriores a 1650, esclarece a procedência
do material lítico usado no enrocamento: parte veio do Recôncavo (rochas
graníticas), outra parte das vizinhanças (arenitos calcíferos), possivelmente
da zona da Preguiça ou de Itapagipe e, ainda, de Portugal (calcário), como
lastro de navios.
Sua função era impedir a entrada ao porto, cruzando fogo com os fortes de São Francisco, São Felipe e São Paulo da Gamboa. Sua planta, aproximadamente circular, é constituída por um torreão central envolvido por um anel de igual altura formado pelo terrapleno perimetral e quartéis. Sua construção, iniciada pelo engenheiro francês Felipe Guiton e continuada pelo seu conterrâneo o engenheiro Pedro Garcin, é em cantaria de arenito até a linha de água e o restante em alvenaria de pedra irregular. Possui teto em abóboda de berço e, no seu interior, podem ser encontrados bancos embrechados de conchas.
Erguido
sobre um pequeno banco de arrecifes a cerca de 300 metros da costa, fronteiro
ao Centro Histórico de Salvador, destaca-se por se encontrar dentro das águas,
como o Forte Tamandaré da Laje, no Rio de Janeiro, e ser o único de planta
circular no país, inspirado no Castelo de Santo Ângelo (Itália) e na Torre do
Bugio (Portugal). Foi inscrito nos Livros de Belas Artes e Histórico, em
25-05-1938.
Fonte: Ascom – IPHAN
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