O Iphan reconheceu Roça do Ventura como Patrimônio
Cultural do Brasil, em dezembro do ano passado
O ministro da Cultura, Juca Ferreira,
homologou o tombamento do Terreiro Zogbodo Male Bogun Seja Unde, localizado no
município de Cachoeira (BA). A portaria foi publicada no DOU desta quinta-feira
(26). Também conhecido como Roça do Ventura, o terreiro é responsável pela
preservação de umas das tradições religiosas de matriz africana, da liturgia do
Candomblé de nação Jeje-Mahi originaria nos cultos às divindades chamadas
Vodum. O Seja Unde tem fundamental importância na formação da rede de terreiros do Recôncavo Baiano e para a
formação do Camdomblé como religião.
A solicitação para o tombamento da
casa de candomblé matricial de tradição jeje-mahi foi feita pela então
presidente da Sociedade Religiosa Zogbodo Male Bogun Seja Unde, Alaíde Augusta
da Conceição, a veneranda vodunce Alaíde de Oyá, em dezembro de 2008 e
reinterado, em 2009, pelo atual presidente da Sociedade Religiosa Zogbodo
Male Bogun Seja Unde e Ogã da casa, Edvaldo de Jesus Conceição, o
Buda.
O mais novo bem cachoeirano considerado
Patrimônio Cultural do Brasil teve seu tombamento aprovado, em 04 de
dezembro do ano passado, pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, reunido
na sede do Iphan, em Brasília.
Início em 1858
A ocupação da Roça do Ventura teve
início em 1858. O terreiro Zogbodo abrange um sítio natural e elementos
edificados, além de árvores referenciais dos ritos Jeje, como as Casas de
Hospedagem; Oiá (Altar); Peji (cerimonial), com salão, ronco e
cozinha sagrada; Casa dos Antepassados; Fonte de Oxum; Poço; Ponte e
Instalações Sanitárias. As Árvores Sagradas existentes no local são Nana,
Tiriri, Ogum Eroquê, Avequité, Zogbo, Bessém, Ogum, Ajuzum, Lokó, Badé, Aqué e
Parara. Também fazem parte do conjunto o Riacho Caquende – Odé e as margens
Aziri e Avinagé.
Fonte: Ascom – Iphan - Ba